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Entenda como o Inpe mede as queimadas no país e o que representam os dados

Por G1

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Os recentes incêndios florestais na Amazônia que repercutiram mundialmente têm gerado uma discussão sobre os dados colhidos pelo Inpe.

Como é feita essa medição? Quais incêndios são verificados? Qual o tamanho mínimo que o foco precisa ter para ser detectado?

Veja as respostas para essas e outras perguntas:

Desde quando o Inpe faz essa medição?

O Inpe realiza medições desde 1986, após ter realizado um experimento de campo em conjunto com pesquisadores da Nasa. O sistema, porém, foi aperfeiçoado em 1998 após a criação de um programa no Ibama para controlar as queimadas no país. Os dados da série histórica estão disponíveis desde junho de 1998.

Banco de Dados de Queimadas do Inpe — Foto: Reprodução/Inpe

Qual o tamanho mínimo para uma queimada ser detectada?

Um foco precisa ter pelo menos 30 metros de extensão por 1 metro de largura para que os chamados satélites de órbita possam detectá-lo. No caso dos satélites geoestacionários, a frente de fogo precisa ter o dobro de tamanho para ser localizada.

Cada foco de incêndio representa uma única queimada?

Não necessariamente. Um foco indica a existência de fogo em um píxel de imagem. Neste píxel pode haver uma ou várias queimadas distintas. Se uma queimada for muito extensa, ela será detectada também com píxels vizinhos àquele. Ou seja, vários focos estarão associados a uma só queimada. Neste contexto, o número produzido é um indicador, e não uma medida absoluta.

Quais satélites são utilizados?

Todos que possuem sensores ópticos (operando em uma faixa termal média de 4um) e que estão disponíveis ao Inpe. São nove no total. Hoje são utilizadas imagens dos satélites polares NOAA-18, NOAA-19 e METOP-B, as MODIS dos Nasa Terra e Aqua, as VIIRS do NPP-Suomi e NOAA-20 e as imagens dos satélites geoestacionários GOES-16 e MSG-3. Cada satélite de órbita polar produz pelo menos dois conjuntos de imagens por dia, e os geoestacionários geram várias imagens por hora. Os dados são recebidos nas estações de Cachoeira Paulista (SP) e Cuiabá (MT).

Quando os dados são atualizados?

Há atualização nos seguintes horários, segundo o Inpe: 4h30, 10h30, 13h30, 16h30, 19h30, 21h30 e 23h30. Os mapas de risco de fogo são atualizados por volta da 0h.

Quantas pessoas trabalham nessa detecção?

A equipe tem um coordenador e conta com mais de 20 pessoas, entre analistas, técnicos, engenheiros e operadores. Há ainda colaboradores no Brasil e no exterior. A relação da equipe completa pode ser conferida no site do Inpe.

Onde é possível acessar a série histórica de queimadas?

O site do Inpe tem uma página que mostra os focos de calor por país. Ao selecionar o Brasil, é possível ver os focos de 1998 (desde junho) a 2019, por mês.

Os dados são revisados?

Sim. Houve uma revisão dos dados em junho de 2018. Até então, o Inpe havia registrado 2017 como o ano recordista em queimadas. Isso mudou. Uma nova versão da base de dados foi colocada no ar. Os motivos apontados foram:

  • Substituição do algoritmo e dados de detecção de focos Collection 5 da Nasa e Universidade de Maryland pela versão Collection 6, tornando a nova base do Inpe totalmente compatível e integrada com a Collection 6
  • Correção das detecções dos sensores MODIS (a bordo dos satélites Terra e Aqua) e VIIRS (a bordo do S-NPP) em 2017
  • Atualização no BDQueimadas de todo o histórico de focos MODIS TERRA desde 1 de novembro de 2000 e AQUA desde 4 de julho de 2002 para a Collection 6
  • Inclusão dos focos MODIS e VIIRS para todos os países
  • Atualização da base cartográfica de países, e de estados e municípios brasileiros conforme a base do IBGE em 2016

O ano de 2017, então, não é mais o recorde?

Não. Segundo o Inpe, ocorreram falhas na gravação de metadados, e uma dezena de imagens do sensor Visible Infrared Imaging Radiometer Suite (VIIRS) do satélite Suomi NPP foram erroneamente identificadas e processadas como sendo do sensor MODIS do satélite Aqua em setembro de 2017, aumentando em cerca de dez vezes o número de focos nos dias das imagens.

Os dados dos outros anos também foram revisados. De acordo com o Inpe, o reprocessamento de dados é uma prática comum, inclusive na National Aeronautics and Space Administration (Nasa). “Por exemplo, todo o acervo de dados obtidos do sensor Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) a bordo dos satélites Terra e Aqua é reprocessado periodicamente para incorporar ajustes na calibração das imagens dos satélites, refinamentos nos algoritmos e melhorias nos produtos. Assim, novas versões da base de dados MODIS são publicadas pela Nasa, substituindo as anteriores.”

Com isso, o ano de 2007 é o que tem o maior número de focos de incêndio já registrados: 393 mil.

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