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Grandes áreas da Amazônia podem secar ainda neste século, diz estudo

Se medidas urgentes não forem tomadas para conter emissões de carbono, uma porção gigantesca da Amazônia poderá sofrer secas extremas dentro de 80 anos. O alerta é resultado de um novo estudo publicado nesta terça-feira (22) no jornal científico Environmental Research Letters.

O problema das secas poderá, segundo a pesquisa, destruir a área florestada e liberar ainda mais dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, reforçando o efeito estufa e as mudanças climáticas já evidentes.

Liderado por cientistas da Universidade de Leeds, na Inglaterra, o levantamento contou com a participação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Os autores examinaram 38 modelos climáticos sobre a Amazônia, a fim de identificar os padrões de chuva no bioma.

Apenas um terço deles, contudo, revelou coerência com um trabalho de campo realizado na floresta tropical. Por isso, alguns modelos tiveram que ser descartados. Os especialistas acreditam que, com esse grupo menor, a incerteza nos dados sobre as chuvas em toda a bacia amazônica foi reduzida pela metade.

Especialistas analisaram modelos climáticos sobre a Amazônia para estimar qual será o impacto das secas (Foto: Jessica Baker/Universidade de Leeds)
Especialistas analisaram modelos climáticos sobre a Amazônia para estimar qual será o impacto das secas (Foto: Jessica Baker/Universidade de Leeds)

Segundo os cientistas, a floresta tropical já sofre de estresse hídrico, mas, com o aumento previsto da seca, sua sobrevivência ficará ainda mais ameaçada e haverá maior risco de incêndios florestais. Além do mais, a secura no bioma pode resultar em danos no ciclo d’água e na diminuição da biodiversidade.

A estimativa é de que haverá reduções na chuva comparáveis às das secas de 2005 e 2010, que causaram ampla mortalidade de árvores e prejuízos para as comunidades amazônicas. O clima seco poderá afetar sobretudo a Amazônia oriental, embora a bacia ocidental passar por um processo contrário, com um aumento de precipitação.

“Este novo estudo lança luz sobre como o clima da Amazônia provavelmente mudará sob um cenário de aquecimento extremo”, afirma Jessica Baker, primeira autora da descoberta, em comunicado. “Deve soar o alarme para os governos em todo o mundo de que este recurso global vital não deve ser deixado de lado.”

Não é a primeira vez que cientistas abordam a possibilidade de clima mais seco na Amazônia. Uma outra pesquisa, publicada em abril na revista Biogeosciences, mostrou inclusive que um aumento de 50% nos níveis de CO2 na atmosfera pode reduzir anualmente em 12% o volume de chuvas no bioma.

Esta matéria faz parte da iniciativa #UmSóPlaneta, união de 19 marcas da Editora Globo, Edições Globo Condé Nast e CBN. Saiba mais em umsoplaneta.globo.com.

Por Galileu

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