Uma ave caiu do ninho, e agora? Especialista indica cuidados com andorinhões-do-temporal
Em 2017 a equipe do Terra da Gente foi até Santa Bárbara d’Oeste para contar uma história de amor à natureza: a arquiteta Meire Furlan cuidou de três filhotes órfãos de andorinhões-do-temporal.
Os desafios foram muitos, uma vez que a ausência dos adultos nos cuidados com a prole praticamente impossibilita o desenvolvimento dos filhotes. “Eles dependem muito da alimentação dos pais. Junto com os insetos, que regurgitam na boca dos filhotes, os adultos passam vários tipos de anticorpos, super importantes para o crescimento deles”, explica Renata Biancalana, bióloga especialista em andorinhões-do-temporal, que orientou a arquiteta na época do resgate.
Mesmo diante de tantas dificuldades, Meire concluiu a “missão”: um dos três filhotes cresceu saudável e voltou à natureza, junto a um bando de andorinhões.
O que eu devo fazer?
A equipe do Terra da Gente recebe com frequência histórias como essa, acompanhadas de muitas dúvidas sobre como tratar o filhote e prepará-lo para a vida livre.
A orientação dos especialistas é não intervir no desenvolvimento do filhote. Caso encontre uma ave caída, o melhor a ser feito é procurar pelo ninho
De acordo com a bióloga Renata Biancalana, os adultos da espécie não conseguem cuidar dos filhotes caídos do ninho, por isso, o ideal é tentar recolocar a estrutura no local que foi encontrada.
No entanto, caso os indivíduos se mostrem dependentes de ajuda humana, é importante seguir algumas orientações.
Para os andorinhões, a dica é manter os filhotes aquecidos em cestas de palha forradas com pano ou algum material macio, pois a ave costuma ficar pendurada. “Não coloque a ave em gaiolas que tenha buracos, que os pés fiquem pendurados sem ter onde apoiar o calcanhar, porque eles podem perder as unhas”, explica Renata.
Outra orientação importante é não alimentá-los com papinha para filhotes. “Essas aves são insetívoras e elas não vão comer papinha de grãos. O correto é alimentá-las com tenebrio vivo, que é uma larva de besouro”, destaca a especialista, que detalha a rotina de alimentação.
“O ideal é alimentar a cada duas ou três horas, colocando na boca do filhote até ele engolir. Se ele for pequeno é importante cortar os insetos em pedaços menores”, comenta.
Junto à dieta exclusiva de insetos, Renata indica uma suplementação vitamínica, encontrada em petshops.
A bióloga ressalta que a reabilitação ‘caseira’ deve ser temporária, uma vez que os filhotes precisam ser encaminhados para instituições ou centros de reabilitação especializados
“O tratamento dessa espécie é muito trabalhoso, pois é necessário alimentar as aves várias vezes ao dia e seguir uma dieta rígida. Ainda assim, não é certo de que irão sobreviver”, completa.
DICAS DA GENTE
Lembre-se que as orientações acima são específicas para a reabilitação de andorinhões-do-temporal. Portanto, se for necessário tratar temporariamente de alguma outra espécie, procure profissionais especializados em determinada ave.
Por G1
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