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Fósseis de 14 milhões de anos revelam evolução de floresta tropical chinesa

Na última sexta-feira (30), foi publicada no periódico Science Advances uma pesquisa que revela parte da longa história de uma floresta tropical localizada na Ásia. Conduzido pela Academia Chinesa de Ciências, em Pequim, o estudo exigiu anos de investigação: foram analisados 25 mil fósseis preservados em âmbar e cerca de 5 mil fósseis de plantas coletados entre 2010 e 2019.

As amostras foram extraídas do condado de Zhangpu, no sudeste da China, e correspondem à biota mais rica já descoberta entre florestas tropicais sazonais. Revelando que diversas espécies existiram no bioma há 14,7 milhões de anos, as descobertas podem auxiliar os cientistas a entenderem a evolução do ecossistema.

Os materiais datam do meio da época do Mioceno (de 14 a 17 milhões de anos atrás), quando as temperaturas globais eram similares àquelas previstas para o próximo século. Por isso, a biota Zhangpu oferece também um bom retrato para a redistribuição da biodiversidade diante do aquecimento global.

Os fósseis em âmbar contêm uma grande variedade de artrópodes: são mais de 250 famílias incluindo aranhas, ácaros e centopéias e pelo menos 200 famílias de insetos de 20 ordens diferentes. Esses números fazem com que a biota de Zhangpu em âmbar seja uma das quatro mais ricas do mundo.

Entre os insetos encontrados, estão formigas, abelhas, crisopídeos, bichos-pau, cupins e gafanhotos. “O mais surpreendente é que a alta diversidade de formigas e colêmbolos [ordem de artrópodes] pertencem a gêneros vivos”, observa, em nota, Bo Wang, professor que liderou a pesquisa.

Além disso, foram identificados fungos, caracóis, penas, musgos e plantas com flores. Ao lado da extensa variedade, o material chama atenção por não ter sido extraído comercialmente e, por isso, não ter grande influência da seletividade humana.

Os resultados do estudo mostram que a comunidade de insetos se manteve estável desde a metade do Mioceno e, de forma mais genérica, ressaltam o papel das florestas tropicais como museus da biodiversidade.

Analisando frutos, leguminosas e folhas de 78 árvores distintas, os pesquisadores também descobriram que as florestas tropicais sazonais se estendiam mais ao norte do que nos dias de hoje. Sabe-se ainda que, na comparação entre o clima moderno de Zhangpu e o clima do Mioceno, o período mais antigo tinha um inverno mais quente.

Esse cenário, explicam os especialistas, pode ter favorecido a reprodução e o crescimento de animais e plantas tropicais, levando à expansão da biota pelo nordeste — o que auxilia na compreensão de mudanças que podem ocorrer no futuro, caso os ecossistemas consigam se adaptar a um planeta mais quente.

Por Revista Galileu

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