Santa Catarina aposta em produção comercial de Panc
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Em Santa Catarina já existem agricultores que cultivam as Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc) ao lado das plantas convencionais. É o caso do Pedro Faria Gonçalves, de Florianópolis. Há 20 anos ele produz no sistema agroecológico e hoje alimenta mais de 50 famílias semanalmente com sua produção em meio hectare. Ele estima ter em seu sítio mais de 100 espécies, entre as comestíveis e as usadas na adubação verde.
“Há um círculo vicioso entre produção e consumo. A população come o que é cultivado. Hoje temos uma agricultura pobre e pessoas com deficiência nutricional”, afirma o agricultor. Ele acredita que, ao se ofertar mais variedade, a população vai passar a consumir novos alimentos. “É preciso valorizar a conservação da biodiversidade e respeitar as necessidades nutricionais do consumidor final”, diz ele. Além de pôr isso em prática na propriedade, o agricultor compartilha o conhecimento com os clientes para que eles também cultivem ou coletem as Panc nos quintais de suas casas.
O engenheiro-agrônomo da Gerência Regional da Epagri em Florianópolis, Altamiro Morais Matos Filho, salienta que essas hortaliças têm distribuição limitada e não possuem cadeia produtiva estabelecida. Por isso a Epagri trabalha para que Santa Catarina tenha mais agricultores como Pedro.
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A Empresa atua em todo o Estado para orientar sobre a identificação, o cultivo e o consumo das Panc. O objetivo é promover a saúde e a segurança alimentar de famílias rurais e pesqueiras, além de mostrar a possibilidade de cultivar essas espécies e diversificar a renda. Cursos têm sido ministrados em diferentes municípios para capacitar as famílias a identificar essas plantas e como prepará-las. No Oeste Catarinense há, inclusive, um forte trabalho com indígenas para o resgate e a trocas de sementes entre as comunidades. Em 2017, a Empresa lançou um boletim didático que ajuda a identificar 13 espécies, informa sobre propriedades nutricionais e medicinais, ensina a cultivar, como usar e dá receitas.
Alimento na porta de casa
Maria Conceição da Gama Cunha, moradora de Florianópolis, aprendeu a identificar as Panc em cursos oferecidos pela Epagri e desde então está aproveitando todos os benefícios nutricionais que elas oferecem. “Elas estavam na porta da minha casa e eu achava que eram mato”, lembra. A visão dela sobre os alimentos começou a mudar depois do curso.
![plantas alimentícias](https://cdn-cv.r4you.co/wp-content/uploads/2020/04/maria-conceição-PANC.jpg)
O trabalho da Epagri envolve visitas às famílias, oficinas e palestras sobre identificação, cultivo e consumo das Panc e implantação de hortas. De 2017 a 2019 foram capacitadas 200 pessoas em Florianópolis. A maioria dos participantes já está usando as Panc na alimentação das famílias.
“Agora eu uso bertalha, beldroega, que é rica em ômega 3, folha de batata-doce, picão-preto, erva-baleeira e dente-de-leão. Uso no feijão, na carne e em salada. Faz bem para a saúde e temos tudo na porta de casa”, diz Maria da Conceição que, mesmo sem espaço para uma horta, deu um jeito de cultivar as plantas em vasos.
![Panc](https://cdn-cv.r4you.co/wp-content/uploads/2020/04/panc-consumo-1024x683.jpg)
As informações são da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina). Trata-se de uma empresa pública vinculada ao Governo do Estado.
Por Ciclovivo
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