Palmeiras plantadas por Burle Marx há meio século finalmente dão flores no Rio
Por Diogo Dias e Rogério Coutinho
Árvores plantadas no início dos anos 60 pelo paisagista Burle Marx começam a dar flor no Aterro do Flamengo, Zona Sul do Rio. A florada, porém, só ocorre uma vez na vida, e depois disso a planta – uma espécie de palmeira – morre.
A curiosa palmeira é a Corypha umbraculifera, chamada popularmente de talipot. É nativa do Sul da Índia e do Sri Lanka, pode chegar a 30 metros de altura e tem folhas de cinco metros de diâmetro.
É no topo que sua beleza se destaca, onde as flores – minúsculas – nascem. Cada palmeira só se exibe assim uma única vez, geralmente quando atinge ente 40 e 70 anos de idade.
Isabela Ono, diretora do Instituto Burle Marx, diz que a partir da florada a talipot começa a morrer. “Ela dá essa floração, vai dar uns cachos enormes de frutos. Os frutos vão cair, e ela vai começar realmente a definhar – como a gente mesmo, né”, enumera.
“Ela vai ficando velhinha, velhinha, até que ela tomba. Por isso que cortamos, para ela não cair em cima de alguém”, destaca Isabela.
Origem das plantas é um mistério
A diretora do instituto conta que o paisagista testou plantar as talipots no Aterro e no sítio dele, em Barra de Guaratiba. Mas a origem delas ainda é um mistério.
“Não se sabe exatamente de onde ele trouxe as sementes. Ele foi à Índia, pode ter sido de lá. Ou de hortos de amigos botânicos em torno do mundo”, disse Isabela.
Os grupos estão espalhados pelo Parque do Flamengo. As que conseguem receber luz do sol crescem mais – as mais altas estão floridas agora.
O fotógrafo Gustavo Pedro de Paula já tinha visto uma florada das talipots no Aterro. “É uma oportunidade única”, resume.
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