Encontrado recife de coral maior que o Empire State
Um recife de coral enorme foi encontrado na extremidade norte da Grande Barreira de Corais da Austrália.
Com 500 metros de altura, é mais alto que o Empire State Building, em Nova York.
De acordo com especialistas, trata-se da primeira descoberta do tipo em 120 anos.
Cientistas encontraram a estrutura, que está separada da Grande Barreira de Corais, na semana passada, enquanto faziam o mapeamento em 3D do fundo do mar na região.
A bordo de um navio de pesquisa de propriedade do Schmidt Ocean Institute (SOI), grupo sem fins lucrativos com sede na Califórnia, a equipe usou um robô subaquático para explorar o recife.
Conhecido como SuBastian, o robô fez uma transmissão ao vivo da descoberta no domingo — e o vídeo foi publicado no YouTube.
“Descobrir um novo recife de meio quilômetro de altura, na área costeira de Cabo York da conhecida Grande Barreira de Corais, mostra como o mundo é misterioso além de nossa costa”, afirmou a diretora-executiva da SOI, Jyotika Virmani.
O recife é mais alto do que arranha-céus famosos, como o Empire State Building de Nova York. — Foto: SCHMIDT OCEAN INSTITUTE via BBC
“Esta combinação poderosa de dados de mapeamento e imagens subaquáticas será usada para entender este novo recife e seu papel dentro da incrível área de Patrimônio Mundial da Grande Barreira de Corais.”
A Grande Barreira de Corais, o maior recife de coral do mundo, abriga mais de 1,5 mil espécies de peixes, 411 espécies de corais duros e dezenas de outras espécies.
Estendendo-se por 2.300 km, a estrutura foi declarada Patrimônio Mundial pela Unesco em 1981 por sua “enorme importância intrínseca e científica”.
Mas, nos últimos anos, foi muito danificada pelo mar mais quente, que matou corais, dispersou outras formas de vida marinha e acelerou o crescimento de algas e outros agentes contaminantes.
Um estudo publicado no início deste mês mostrou que a Grande Barreira de Corais perdeu mais da metade de seus corais desde 1995 devido ao aumento da temperatura dos oceanos causado pelas mudanças climáticas.
O que sabemos sobre o novo recife?
De acordo com cientistas, o recife é o primeiro do tipo a ser encontrado na região desde o fim do século 19. Sabe-se que há sete outros recifes altos na área, incluindo o da ilha de Raine — principal área de desova de tartarugas-verdes no mundo.
Embora esteja apoiado no fundo do oceano ao longo de North Queensland, ele está destacado, o que significa que não faz parte do corpo principal da Grande Barreira de Corais.
Descrito como “semelhante a uma lâmina”, o recife tem uma base de 1,5 km de largura e 500m de altura a apenas 40 m de atingir a superfície do mar.
“Esta descoberta inesperada comprova que continuamos a encontrar estruturas desconhecidas e novas espécies em nosso oceano”, declarou a cofundadora da SOI, Wendy Schmidt.
“O nosso conhecimento sobre o que há no oceano sempre foi muito limitado. Graças às novas tecnologias que funcionam como nossos olhos, ouvidos e mãos no fundo do oceano, temos a capacidade de explorar como nunca antes.”
“Novas paisagens oceânicas estão se abrindo para nós, revelando ecossistemas e formas de vida variadas que dividem o planeta com a gente”, acrescenta.
Os cientistas devem continuar pesquisando a região norte da Grande Barreira de Corais até 17 de novembro.
Fant 360: conheça a grande barreira de corais da Austrália
O que mais os pesquisadores descobriram?
Este recife é a mais recente descoberta feita por pesquisadores a bordo do Falkor, navio do SOI, em uma missão exploratória de um ano nos oceanos ao redor da Austrália.
O instituto informou ter descoberto até 30 novas espécies, incluindo “a mais longa criatura marinha já registrada” — um sifonóforo de 45 metros comprimento encontrado em abril em um cânion na costa oeste da Austrália.
Primos das água-vivas e corais, os sifonóforos são organismos marinhos encontrados no fundo do mar. Muitos são bioluminescentes, brilhando em verde ou azul para atrair as presas.
Outras descobertas foram feitas em agosto, incluindo a de espécies ainda não descritas de corais negros e esponjas, além da “primeira observação na Austrália de peixes-escorpião (Scorpaenidae) raros”, acrescentou o instituto.
Por G1
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