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Califórnia proíbe agrotóxico ligado a danos cerebrais em crianças

Relacionado à deficiência mental em fetos, redução do QI de crianças, aumento do risco de autismo e dificuldades de aprendizagem, o ingrediente ativo clorpirifós acaba de ser banido na Califórnia, Estados Unidos.

Quem tiver o produto poderá ainda usá-lo, mas a partir de fevereiro de 2020 ele não será mais vendido e até 31 de dezembro, do mesmo ano, sua aplicação ficará terminantemente proibida.

“Durante anos, os defensores da justiça ambiental lutam para tirar o clorpirifós de nossas comunidades”, afirmou o governador do estado Gavin Newsom. “Isso agora ocorrerá mais rapidamente do que o inicialmente previsto. Esta é uma grande vitória para crianças, trabalhadores e saúde pública na Califórnia”. Além do estado, oito dos 28 países europeus já proibiram o inseticida.

O anúncio da proibição, realizado pela Agência de Proteção Ambiental da Califórnia (CalEPA) na última quarta-feira (9), ressalta que a decisão segue evidências crescentes de que o clorpirifós está associado a sérios efeitos à saúde em crianças e outras populações sensíveis, incluindo comprometimento do cérebro e desenvolvimento neurológico.

De todo modo, produtos que usam tal agrotóxico em forma granular vão permanecer no mercado. Além de representar menos de um por cento do uso agrícola de clorpirifós, tais produtos “não estão associados a efeitos prejudiciais à saúde”, segundo a CalEPA.

Para não deixar os produtores rurais a esmo, o Departamento de Regulamentação de Pesticidas (DPR) e o Departamento de Alimentos e Agricultura da Califórnia (CDFA) se uniram para identificar, avaliar e recomendar alternativas de manejo de “pragas” mais seguras. A primeira reunião será realizada ainda em outubro e três oficinas públicas estão previstas para janeiro.

Clorpirifós no Brasil

De uso autorizado no Brasil, é classificado pela Anvisa como inseticida, formicida e acaricida, podendo ser aplicado nas seguintes culturas: algodão, batata, café, cevada, citros, milho, pastagem, sorgo, soja, tomate rasteiro (para fins industriais) e trigo. Existe uma quantidade permitida para cada plantação, mas não é incomum encontrar a presença de resíduos de agrotóxicos não autorizados, assim como resíduos de agrotóxicos e contaminantes acima dos limites máximos permitidos pela legislação.

Em 2016, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento identificou diversos usos de clorpirifós em culturas não permitidas, entre elas: morango, kiwi, pêra, pimentão, beterraba e amendoim.

Por Marcia Sousa – Ciclovivo

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