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Aquecimento global faz seres do mar buscarem refúgio em profundidades maiores

Um trabalho que mapeou a distribuição de espécies marinhas mundo afora ao longo de 30 anos confirmou um temor para o qual cientistas já tinham alertado: o aquecimento global está fazendo peixes e outras criaturas migrarem gradualmente em direção aos pólos e ao fundo do mar.

A tendência de redistribuição de espécies foi constatada por um grupo de cientistas e é descrita em um estudo publicado nesta segunda-feira (25) no periódico acadêmico “Nature Climate Change”.

Segundo os cientistas, apesar de o resultado do trabalho ter mostrado uma tendência esperada, mapear esse efeito é importante, pois a mudança climática impacta os mares de forma desigual.

“Regiões com temperaturas estáveis, como por exemplo o Pacífico Norte e o Golfo do México, mostram pouca mudança na estrutura de dominância

“, escrevem os pesquisadores, liderados pelo biólogo Jorge García Molinos, da Universidade de Hokkaido (Japão). “Por outro lado, áreas com aquecimento, como o Atlântico Norte, veem forte alteração para espécies de dominância de água quente.”

Apesar de essa alteração ter potencial de perturbar biomas marinhos e impactar a economia da pesca, o cenário tende a ser melhor do que aquele de ecossistemas terrestres, afirmam os pesquisadores. Em terra firme, algumas populações de plantas e pássaros passaram a colonizar áreas mais montanhosas e em maior latitude, mas a reação pode não ser rápida o suficiente para salvar muitas espécies de mudança climática. PUBLICIDADE

“Diferentemente daquelas em ecossistemas terrestres, espécies marinhas podem ser incapazes de se abrigar de temperaturas extremas, tornando o efeito da temperatura ambiente imediato, inevitável, e mais fácil de detectar”, escrevem García Molinos e seus coautores.

Pesca predatória e acidificação

Uma das dificuldades dos pesquisadores em medir as alterações causadas pelo aquecimento global na vida marinha é que muitas comunidades de animais estão sendo impactadas pela pela acidificação das águas oceânicas (culpa da concentração de CO2 no ar) e pela pesca predatória. A tendência migratória das espécies descrita no estudo, porém, ocorre de maneira independente desses outros tipos de pressão. Além disso, o estudo sinaliza que águas tropicais, por enquanto, devem ser menos afetadas pelo problema.

Um dos fatores de previsão sobre a adaptabilidade de comunidades marinhas é o grau de variação que a temperatura de um mar têm em relação a áreas rasas e profundas. Quanda a temperatura cai mais rápido com a profundidade, algumas espécies se adaptam ocupando um espaço poucos metros abaixo.

“Essa descoberta nos lembra que a vida no oceano e os impactos da mudança climática sobre ela abrangem um mundo realmente tridimensional”, diz García Molinos, em comunicado à imprensa. “Apesar disso, ainda temos a tendência de simplificar a situação ao olhar para esses problemas em duas dimensões, às vezes chegando à conclusão errada.”

Por O Globo

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